Indústria ferroviária prevê queda na produção
Indústria ferroviária prevê queda na produção
Desaceleração em projetos de infraestrutura de transporte sobre trilhos gera incertezas para o setor; produção deve cair em 2017 e 2018.
O cenário de incertezas se forma logo após a indústria ter recorde de produção. No ano passado, foram fabricados 473 carros de passageiros, contra 322 de 2015, o melhor desempenho já registrado.
Segundo Vicente Abate, a esperança do setor é que projetos de mobilidade relacionados ao transporte sobre trilhos que já estão contratados ou em execução avancem (são 245 quilômetros previstos para os próximos cinco anos) e que outros saiam do papel (há 25 projetos com potencial para contratação e início de obras até 2022, com 1.266 quilômetros de extensão, no total). Isso poderia melhorar os resultados no segmento.
Contudo, os sinais não são favoráveis: “a visão de hoje é menos otimista, porque não tem acontecido. O poder público está sem capacidade de investimento e novas contratações de encomendas de carros devem ficar paralisadas. E aí começa a prejudicar e haver movimento de perda de mão de obra”, complementa. O setor emprega diretamente quase 18 mil pessoas. De acordo com a Abifer, desde 2014, de dois mil a três mil postos foram cortados. Parte das demissões decorreu da crise e parte em razão de reestruturações internas de empresas que conseguiram melhorar a produtividade.
Atualmente, o Brasil dispõe de 1.034,4 quilômetros de malha para o transporte de passageiros sobre trilhos. Mas, para solucionar gargalos na mobilidade em grandes cidades, estima-se que é preciso aumentar a disponibilidade desses sistemas em cerca de 85% (850 quilômetros), conforme o estudo Transporte e Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros, da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Para o transporte ferroviário de cargas, o segmento espera que se concretize a renovação antecipada de concessões, já anunciada pelo governo federal. Conforme a Abifer, se isso ocorrer ainda no primeiro semestre, a produção de vagões poderá alcançar três mil unidades neste ano. Do contrário, será mantida a previsão de cerca de 2.300, mesmo nível de 2013. No ano passado, foram entregues 3.903 unidades. Em 2015, foram 4.683.
A produção de locomotivas deve ficar estável, com 100 unidades em 2017.
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